Caixa Mágica, 2012
de Tiago Cadete e Leonor Cabral


O público entra na sala e senta-se. A luz velada da plateia e o conforto das poltronas fazem-no relaxar. Abrem programas e conversam. Então as luzes baixam, fazendo silenciar o auditório.

A cortina de boca abre-se, permitindo espreitar para o mundo do artifício: o palco. Os actores levam o espectador a sentir-se próximo dessa ilusão, levam-no a mergulhar na história e a esquecer o real. O público fica com a sensação de que aquele novo mundo que se revela em cena é o seu mundo.

Não podiam estar mais enganados. O encenador mostra apenas aquilo que quer, conduzindo o olhar de quem vê. Nos bastidores, uma série de mecanismos cénicos, de equipamentos de luz e som, tornam possível o imaginário. Fora das luzes da ribalta, os técnicos de palco materializam as ideias dos criadores. Por detrás dos panejamentos e cenários há uma máquina de ilusões: a caixa de palco.

Por detrás da cortina: a caixa mágica é uma visita técnica guiada encenada em que, num curto espectáculo, serão mostrados diversos efeitos cénicos: voos, aparições de sub-palco, neve, trovoada… Terminado o espectáculo, o público sobe ao palco e os efeitos serão repetidos e explicados. Os espectadores poderão tomar o lugar dos actores, colocar questões e conhecer os bastidores.

︎




Outros Modos de ver, 2018


Outros modos de ver é uma performance para museus e galerias que homenageia o crítico de arte inglês John Berger. Nas exposições de artes visuais é frequente o corpo do visitante ser esquecido quer pela disposição das obras quer pela tradição de como devemos ler as imagens expostas. Mas como podemos ativar o nosso olhar e, consequentemente, o nosso corpo para aceder a uma imagem? No livro Modos de ver (1972), Berger ensina a observar imagens no seu contexto, revelando a importância dos vários elementos que a constituem.

︎