sweetSKIN, 2019
“sweetSKIN” é o novo solo criado e interpretado por Rafael Alvarez, cuja matéria incide num encontro improvável entre a personagem de um skinhead com as Suites para Violoncelo Solo de Bach, procurando reflectir sobre os nossos ‘modos de ver’ e perspectivar a realidade.
De que forma é que a percepção de qualquer imagem é afectada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. Nada é preto ou branco, da mesma forma que a ‘distância’ ou a 'proximidade’ definem a perspectiva de como olhamos e analisamos um objecto ou uma acção.

sweetSKIN, 2019 “sweetSKIN” é o novo solo criado e interpretado por Rafael Alvarez, cuja matéria incide num encontro improvável entre a personagem de um skinhead com as Suites para Violoncelo Solo de Bach, procurando reflectir sobre os nossos ‘modos de ver’ e perspectivar a realidade. De que forma é que a percepção de qualquer imagem é afectada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. Nada é preto ou branco, da mesma forma que a ‘distância’ ou a 'proximidade’ definem a perspectiva de como olhamos e analisamos um objecto ou uma acção.

Direcção Artística, Coreografia e Interpretação: RAFAEL ALVAREZ
Violoncelista:
NUNO ABREU
Desenho de Luz:
TIAGO CADETE
Direcção Técnica:
PEDRO MACHADO
Música:
Suites para Violoncelo Solo de Johann Sebastian Bach ( Suite Nº 5 em Dó Menor BWV 1011, Prelúdio, Allemande e Sarabande / Suite Nº 4 em Mi bemol Maior BWV 1010, Sarabande / Suite Nº 2 em Ré Menor BWV 1008, Sarabande)


Produção: EIRA
Direcção de Produção e Difusão:
RUI SILVEIRA
Produção Executiva:
SARA MACHADO
Assessoria Administrativa e Financeira:
VÂNIA FARIA

Co-produção: CENTRO CULTURAL DE BELÉM

Apoios: FESTIVAL CITEMOR, Casa do Carnaval
Residências artísticas:
SUMMER STUDIOS - ROSAS / P.A.R.T.S (Bruxelas), BAINS::CONNECTIVE (Bruxelas)

Agradecimentos: PAULO GUERREIRO, PHILIPPE CHANGEUX:

A EIRA é uma estrutura apoiada pelo GOVERNO DE PORTUGAL/ SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA - DIRECÇÃO GERAL DAS ARTES




28/07/2012 (ante-estreia)





Um evento ou uma imagem, observadas de um ponto de vista particular, dão-nos uma impressão específica e localizada, observadas de um ponto de vista diferente, dão-nos uma outra perspectiva e um olhar completamente distintos.

Numa atitude provocatória de subversão da imagem de um skinhead (conotado a ideologias nacionalistas de cariz holiganista, etnofóbico e homofóbico, representando ideias associadas à violência e agressão racista e discriminatória) procura-se explorar de que forma os diferentes materiais (conceptuais e imagéticos) aqui trazidos ao território coreográfico e dramatúrgico se contaminam e hibridizam dando lugar a novas imagens e novas percepções deste corpo e deste lugar, num exercício de re-significação de imagens e códigos visuais através do questionamento do papel dos estereótipos, dos preconceitos e dos equívocos (na forma como estes exercem uma espécie de violência invisível e silenciosa sobre a vida dos outros) face à representação do corpo e da identidade.
De que forma equívocos e preconceitos se corporalizam nas coisas que julgamos conhecer, tomando o todo pela parte? Como se constroem novas narrativas para um corpo, um lugar ou uma imagem que já ’re-conhecemos’ subvertendo e desconstruindo estereótipos?
As Suites para Violoncelo Solo de Bach. Existem mais de 40 gravações das Suites para Violoncelo Solo. Uma das primeiras a serem ouvidas é a versão de Casals. Seguida de inúmeras interpretações amplamente difundidas de Mstislav Rostropovitch, Janos Starker, Pierre Fournier, Yo-Yo Ma, Jacqueline Du Pré, Maurice Gendron, entre outros. As Suites para Violoncelo Solo de Bach são um desafio tão grande que não existem duas interpretações iguais. O próprio conteúdo da música contém várias curiosidades e mistérios. Por exemplo, a Suite nº 5 foi composta para um acorde/nota considerado peculiar, caracterizando-se pelo uso é da scordatura, ou seja, da afinação de uma corda fora do seu padrão usual. A corda afinada desta forma, é dita estar em discordato (cello discordato). Outro episódio prende-se com o facto de o original manuscrito das Suites para Violoncelo Solo de Bach (crê-se ter sido escrito em meados de 1720) ter estado desaparecido após a sua morte. As Suites só chegam a encontrar reconhecimento e sucesso alguns séculos mais tarde quando um jovem violoncelista de 13 anos chamado Pablo Casals encontra por algumas pesetas uma cópia das suites em Barcelona numa loja de manuscritos antigos. “Nem sempre aquilo que parece é” ou “não julgues um livro pela sua capa” são algumas das ideias chave que o coreógrafo desenvolve nesta nova criação acompanhado pelo violoncelista Nuno Abreu.