Dança sem vergonha, 2020
de David Marques
espaço Tiago Cadete


'Nos últimos anos, tenho procurado formas de dançar e razões para dançar. Apercebi-me, enquanto dançava em casa, nos estúdios e em discotecas, de um prazer comum nestes contextos que me fazia continuar. Com poucas ou nenhumas testemunhas, esta dança paralela de prazer pareceu-me surgir entre um formalismo musical e uma expressividade emocional sem constrangimentos.
A minha 'dança sem vergonha' talvez exista apenas no teatro e só seja possível pelo cruzamento de vários espaços, tempos e motivações: o quarto que associo ao tempo da infância, a discoteca que associo ao tempo da adolescência e o estúdio que associo à idade adulta. Ao teatro associo o tempo do presente, durante uma performance, de ambos espetadores e intérpretes. Dançada por mim esta dança-sensação é imediata e refletida, simples e complexa, referencial e naif, abstrata e simbólica, séria e divertida, íntima e partilhada, técnica e despreparada.'

︎